A partir de maio de 2025, entram em vigor novas regras na União Europeia, com impacto direto no consumo de eletricidade de milhões de lares em Portugal.
As novas regras visam reduzir o consumo de energia de dispositivos eletrónicos em modo de espera, também conhecido como “standby”. A medida afetará produtos comuns, como televisões, carregadores e routers que, mesmo desligados, continuam a consumir eletricidade.
A principal mudança é que esses dispositivos não poderão consumir mais do que 0,5 watts quando em standby. Para equipamentos com visor de informações, o limite será um pouco maior, de 0,8 watts. A expectativa é que essa redução no consumo de energia traga uma economia anual de até 100 euros por família, de acordo com as contas do site polaco Warszawa w Pigułce.
O Regulamento da UE 2023/826 é uma revisão abrangente das normas anteriores.
As novas regras terão um impacto significativo em diferentes setores, incluindo equipamentos eletrónicos de consumo, equipamentos de escritório, estações de carregamento de veículos elétricos e dispositivos operados por motor.
Equipamentos eletrónicos de consumo como decodificadores, routers e modems, que costumam permanecer em modo de espera, precisarão agora de atender a novos padrões de eficiência energética, reduzindo o consumo quando não estão em uso ativo. A mudança também afeta equipamentos de escritório, como impressoras e fotocopiadoras que, tradicionalmente, consomem energia mesmo quando não estão em funcionamento.
A crescente adoção de veículos elétricos (VE) também levou à inclusão das estações de carregamento de veículos elétricos na regulamentação. A eficiência dos carregadores, especialmente em modo de espera, será agora um fator crítico, garantindo que a infraestrutura de carregamento seja cada vez mais sustentável.
Além disso, dispositivos operados por motor, como móveis ajustáveis em escritórios e elementos automatizados em casas inteligentes (persianas, cortinas, entre outros), também estão sujeitos a essas novas exigências.
Estima-se que o modo standby seja responsável por até 10% da fatura de energia de uma casa. Ao reduzir esses consumos invisíveis, a Comissão Europeia projeta uma economia de até 35 terawatts-hora anuais até 2030, o que equivale ao consumo de eletricidade de um país do tamanho da Dinamarca.
Embora as novas regulamentações sejam obrigatórias a partir de maio, os consumidores não precisarão ed substituir os seus dispositivos antigos. As regras aplicam-se apenas aos novos produtos fabricados. No entanto, é recomendado verificar o consumo de energia de alguns dispositivos, especialmente televisões mais antigas.